Reforma política, já! – III

A democracia é o tipo de governo que, por sufrágio universal, faz apelo ao povo, para a sua legitimação. No entanto, os eleitos pelo povo não governam para o povo, senão secundariamente. A força mecânica do capital se impõe sobre eles e os subjuga; a ciência econômica determina toda a arte de governar. A democracia, como seria, nas disposições atuais, qualquer outra forma de governo, é, efetivamente, o poder esperto da riqueza associado à competência experta dos economistas.

O governo dito democrático é altamente permeável às forças econômicas. Já pelo “show” do processo eleitoral democrático, absolutamente espetacular. Ora, como dizia Debord, “o espetáculo, compreendido em sua totalidade, é, ao mesmo tempo, o resultado e o projeto do modo de produção existente”*.






(*) DEBORD, Guy. La société du spectacle. 3ª ed. Paris: Gallimard, 1992 [1967]. #6. P. 17. 

Uma recente campanha do Tribunal Superior Eleitoral chega ao cúmulo de apresentar as eleições como um “show de democracia”. Conferir: https://youtu.be/z69qL9m849s.

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