Imagem-coisa


Afirmar, simplesmente, que toda imagem é uma coisa (e que toda coisa é uma imagem) não seria uma tentativa de fuga diante daquilo que constitui toda imagem, a sua dubiedade essencial (simul transparente e opaca) (simul representação e apresentação)? Não seria fugir do problema ontológico da imagem? Não seria obedecer à imagem, à sua ordem de fuga?





Alegria!


A melancolia é uma percepção da falta. Uma, duas taças de vinho. E quando se percebe que nada falta, que tudo é pulsão sem finalidade, que tudo vai adiante sem perseguir um alvo, a melancolia acaba. Alinhar-se à verdade é alegria.



A fotografia, um instantâneo?

Se prologamos o tempo de exposição fotográfica, por exemplo, por uns trinta segundos, aquilo que acontece em qualquer ato fotográfico, mesmo naqueles com um tempo de exposição bastante curto, torna-se perceptível. A fotografia não fixa o real, ela mostra, pelo contrário, o movimento de tudo. A fotografia se mostra como ela é, não um recorte instantâneo no fluxo real das coisas, mas como um procedimento de compressão do fluxo imagético real numa única imagem (que tomamos por instantânea).