O efêmero


A correnteza da duração consome afinal toda a beleza da coisa. Desprezá-la – nós que amamos somente o que podemos possuir e reter – porque não podemos evitar que escoe, como areia, entre os nossos dedos? Ou valorizá-la, justamente, porque é efêmera? Mejor!

“A transitoriedade do belo implica sua desvalorização? Pelo contrário, significa maior valorização! Valor de transitoriedade é valor de raridade no tempo. A limitação da possibilidade da fruição aumenta a sua preciosidade”*.
FREUD, Sigmund. A transitoriedade [1916]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: Obras completas. Vol. 12 (1914-1916). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. P. 248, in fine.


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