Fotografias do escuro


O fotografável é o visível, aquilo que se escreve com a luz? Talvez, não. Podemos converter calor ou qualquer radiação não visível, mas captável e mensurável por um determinado tipo de sensor, em imagem fotográfica. Ou isso não seria fotografia?



Um tipo de discurso


Kafka nos mostra que:

1) somos capazes de dizer absolutamente nada, sob o modo de uma afirmação categórica de algo determinado;

2) um castelo se constitui positivamente com esse tipo de discurso.




animal - humano - máquina/aparelho


Os velhos moralistas espirituosos – um pouco ultrapassados, é verdade – sempre insistem para que nós, enquanto humanos, façamos de tudo para nos distinguir dos simples animais, e para que nos apliquemos nisso com as nossas mais nobres forças e faculdades. A moral, para eles, de certa maneira, se resume em afirmar uma atitude especificamente humana, destacada da animalidade (paixões, corpo, individualismo, mera sobrevivência, nudez, liberdade selvagem, libido, etc.).

Os moralistas hodiernos já não se preocupam tanto com isso. O que lhes preocupa é a nossa semelhança com as máquinas, nossa indistinção em relação aos aparelhos. Humanos, precisamos não ser máquinas. Criados segundo a imagem amplificada das nossas potências naturais, as máquinas e os aparelhos acabaram por nos fazer, à sua imagem, agir como autômatos, como máquinas e aparelhos nós mesmos, simples extensões suas.