Filosofar é pensar a diferença entre o homem e o animal
Poderíamos dizer – por que não? – que toda filosofia é a reflexão da diferença possível ou essencial e irredutível, entre o homem e o animal. Se pensa a diferença, ela não pensa exatamente a identidade, quer dizer, ela não pensa aquilo que faz com que o homem seja idêntico a si mesmo, a própria essência do homem. Mas quando pensa a essência do homem, em si mesma, se insiste nisso, ainda assim é filosofia, é uma antropologia filosófica. Mas pode pensar essa essência enquanto diferença. Quando pensa a diferença, pode pensá-la como divina, assim é teologia: o homem enquanto homem é um animal que se diviniza. Como diferença racional, se torna iluminista, e no limite filosofia crítica. Pode pensá-la como diferença específica dentro de um gênero comum, sendo então história natural ou lógica natural. Mas pode não aceitar a idéia do gênero comum, e pensar a diferença a partir dos próprios termos e da mecânica das noções, quando é filosofia da linguagem. Quando entende a diferença como um modo de vida a ser praticado, é existencialista. Quando pensa o sistema das diferenças, é estruturalista. Quando pensa a igualdade e não a diferença entre o homem e o animal, é filosofia da finitude ou biopolítica. E se não pensa nada disso, o que é a antiforma desse pensamento, é metafísica.
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