tu me tues
je me tue
je te tue
Encontrei esses versos anônimos, rasurados a lápis sobre uma folha de papel, amarelada pelo tempo, posta entre duas páginas de uma tradução francesa de A Metamorfose, de Kafka, volume esquecido numa prateleira da empoeirada biblioteca da Aliança Francesa do centro da Cidade. Fiquei encantado com eles, surpreendentemente atraído, talvez pela caligrafia falha, quase desaparecida já, talvez pelo papel de qualidade, áspero ao toque, talvez por encontrá-los sem saber de onde vinham, talvez por toda a situação que eu vivia então, a minha volta ao Centro, depois de tantos anos, o almoço de família, o calor, a poeira da biblioteca.
2 comentários:
sempre bom
esses papéis
esquecidos
pelo tempo
A edição era de 1942,em plena ocupação alemã.
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