A informação exerce sua tensão máxima, exercita sua potência, não quando preenche, mas quando estabelece uma lacuna, uma diferença. Por isso, a informaçãoBlog precisa ser dialógica, isto é, encontrar o seu lugar próprio em que cria a mudança, outro nome para a diferença.
A diferença não é o contraditório estabelecido. E o supra-sumo do dialógico, o diálogico mais informativo, não é o que se estabelece entre posições contraditórias, mas entre posições heterogêneas. Foucault, por exemplo, insiste muito nisso*. Ele opõe a heterogeneidade à contradição, a lógica da estratégia à lógica dialética. Num discurso dialógico a heterogeneidade não implica a incompatibilidade, a exclusão do avesso, como inimigo. No discurso dialógico o elemento heterogêneo, a possibilidade existencial do outro, dos outros, da pluralidade como potência, é incluída na própria estratégia de formulação da informação.
Portanto, a informaçãoBLOG encontra sua maximização no seu limite, no seu limiar que é um seu fundamento, o comentário. O que não deixa de ser uma apologética do comentário. Sem comentário, sem heterogeneidade, a informaçãoBLOG é manca, coxa.
(*) Essa insistência é talvez mais evidente em Naissance de la biopolitique, p. 44.
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