Quando aprendo que alguém morreu, uma pergunta logo aparece na ponta da minha língua, como um reflexo. – Mas morreu de quê?
Muitas vezes, por pudor, que é um pouco de vergonha e de respeito misturados, seguro a pergunta ali onde a percebo, e a engulo, para que passe por onde tem que passar, até sair do meu corpo. Afinal, que relevância tem a pergunta? Pensando bem, o móbil da pergunta talvez seja o desejo de saber o que devo absolutamente fazer para evitar ter um destino semelhante ao daquele que morreu. Não é curiosidade. É um comportamento atávico. É insistência.
Então, eu digo para esse bicho que sou. – Não é a vida que importa, mas o que ela escreve.
2 comentários:
o eternamente o sem fim e o fim é eterno
resumindo "fim sem fim".
o eternamente é o sem fim e o fim é eterno
resumindo "fim sem fim".
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