Trabalho e mercadoria – Rudimentos da economia (I)

O trabalho é um esforço finalizado do corpo, visa a produzir imediatamente ou mediatamente a satisfação de uma necessidade.

Quando a satisfação, alcançada pelo trabalho, não é imediata, aparece a mercadoria. A mercadoria é acúmulo de trabalho. O trabalho acumula-se na mercadoria na forma de uma satisfação potencial. É devido a essa potência de satisfação que a mercadoria se valoriza.

O consumo é o uso da mercadoria, é a atualização da sua potência, quer isto produza ou não satisfação.

Uma mercadoria tem valor de uso ou valor de troca. O valor de uma mercadoria é uma relação. O valor de uso da mercadoria é a relação entre sua potência de satisfação e a necessidade de um corpo. O valor de troca da mercadoria é a relação entre a sua potência e as potências de outras mercadorias.

Quando a mercadoria circula, ao longo de trocas sucessivas, sem ser consumida, ela torna-se moeda. Quando a moeda perde por completo seu valor de uso, quando não serve para mais nada além de possibilitar uma troca, torna-se dinheiro.

O dinheiro é a mercadoria sem seu valor de uso, é a mercadoria em seu puro valor de troca.

O dinheiro é a forma mais abstrata da moeda; a moeda, a forma mais abstrata da mercadoria; a mercadoria, a forma mais abstrata do trabalho.

Trabalho acumulado é mercadoria, mercadoria que se troca é moeda, moeda sem valor de uso é dinheiro.

Dinheiro é trabalho acumulado que se troca e não se usa.

Exemplo: Respirar é trabalhar. Respirar é um trabalho que produz satisfação imediata. Como não é um acúmulo de trabalho, o ar disponível não é mercadoria. Respirar o ar disponível não é consumir. Acondicionar o ar é um trabalho que não produz satisfação imediata, o ar condicionado é uma mercadoria.

Toda mercadoria com valor de uso possui uma matéria. A matéria é o que é usado em uma mercadoria.

O dinheiro existe, mas não tem matéria.

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