O dejeto de uma mercadoria pode servir de matéria para uma outra mercadoria.
Nesse caso, o dejeto possui valor de uso, e eventualmente valor de troca, quando envolvido como matéria em uma outra mercadoria.
Quando o dejeto perde todo valor de uso ou de troca, sai do ciclo econômico, e se torna dejeto-último. No início da transformação econômica das mercadorias está a matéria-prima; no fim, o dejeto-último.
Todo processo econômico, por mais circular, é um processo de uso, de desmaterialização da mercadoria.
O uso da mercadoria, a desmaterialização, satisfaz a necessidade do corpo. Entretanto a necessidade do corpo em geral se renova, enquanto a matéria jamais se recicla completamente, há sempre um dejeto.
Esse descompasso entre a circularidade quase completa da necessidade do corpo, alimentada pela desmaterialização da mercadoria, e a linearidade do processo de transformação da matéria é o que produz indefinidamente o acúmulo do dejeto-último.
A economia é um processo de satisfação de necessidades, de desmaterialização, e por isso, de produção de dejeto-último.
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