Indivíduo pluricorporal II

Cada um conta por cem ou mil.
E cem ou mil contam por um.

Quer dizer, a unidade não é mais o corpo, mas os cem ou mil corpos humanos agregados. As estratégias racionais então modificam-se. A estratégia do indivíduo pluricorporal é uma, a do indivíduo unicorporal é outra.

O número de indivíduos humanos sobre a Terra, a população mundial, seria, por exemplo, cem ou mil vezes menor. O que representa uma vantagem estratégica.

– Sim, talvez, mas em que isso nos importa, de fato? Há acontecimentos no mundo, agora, urgentes, sobre os quais você silencia, por quê? Por que você não toma partido, não se soma a um grupo? Por que não ousa expor a lógica, a sua lógica e interpretação para o acontecimento urgente? Afinal, a filosofia não é a “totalidade do saber”, não é “apreender seu tempo em pensamentos”?

– Talvez. Porém, parece-me, a filosofia não apenas é capenga (faltam-lhe as pernas) para dizer como deve ser o mundo no futuro, mas também para dizer a lógica do presente (na sua disparada). Se a filosofia é apreender o presente em conceitos, parece-me, então, que a filosofia é ou tornou-se uma atividade impossível. O presente é pensável em estratégias, e como tal, lugar de ação, mas inapreensível, ao menos, como verdade.

– Então, o acontecimento presente e urgente, pense-o sem apreendê-lo, posicione-se. Seu blá-blá-blá é preguiça e covardia. Ou você despreza o presente?


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