|Os acontecimento nos interpelam – II| ou |O indivíduo pluricorporal – V| ou ainda: {|Os acontecimento nos interpelam| ou |O indivíduo pluricorporal – IV|} – II


Para o indivíduo pluricorporal, não se trata de “tomar partido”, mas de multiplicar, estrategicamente, as suas próprias posições.
O dilema das respostas é que elas nos tranquilizam. 

A velha questão epicureia da “paz na vida” (eggalènizôn tôi biôi). A imagem da vida como um mar calmo. A terapia contra as inquietações da alma pela produção de respostas (Epicuro) ou pela eliminação das questões (Wittgenstein).

Como dizia Ch. S. Peirce: 
“A dúvida é um estado de desconforto e insatisfação do qual lutamos para nos libertar e passar ao estado de crença; enquanto este último é um estado calmo e satisfatório que não desejamos evitar, ou alterar por uma crença noutra coisa qualquer. Pelo contrário, agarramo-nos tenazmente, não meramente à crença, mas a acreditar exatamente naquilo em que acreditamos”*.
A resposta é problemática, justamente, porque, diante do acontecimento, não se trata de responder, posicionando-se para se tranquilizar, mas de problematizar.



* PEIRCE, Ch. S. A fixação da crença. In: Popular Science Monthly, Nov. 1877.


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