Spinoza nos diz que podemos inteligir (apreender intelectualmente) a coisa mesma, a “essência íntima da coisa”* (intimam essentiam rei), aquele seu interior mais profundo, mediante a explicitação da sua “causa próxima”** (definitio debebit comprehendere causam proximam), isto é, o modo de produção da coisa, o modo pelo qual ela pode ou não vir a ser.
Por isso: esse modo de produção, essa causa próxima, essa causa externa, é também uma causa imanente.
Veja, toda a intimidade da coisa está numa causa externa pela qual ela pode (desde que a causa esteja determinada para tanto) vir a ser. Mas, também, toda essa exterioridade é imanente à coisa. O dentro está fora, o fora está dentro.
Veja, toda a intimidade da coisa está numa causa externa pela qual ela pode (desde que a causa esteja determinada para tanto) vir a ser. Mas, também, toda essa exterioridade é imanente à coisa. O dentro está fora, o fora está dentro.
(*) SPINOZA, Benedictus de. Traité de la réforme de l’entendement. Trad. Michelle Beyssade. In: Oeuvres 1: Premiers écrits. Paris: PUF, 2009. §95. P. 123.
(**) Ibid. §96. P. 125.
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