Um caminho que devemos investigar, na transcendência da finitude biopolítica – a religiosidade. Afinal, Deus é o pensado concreto da infinitude.
Na religiosidade, é preciso distinguir a parte de superstição. Enquanto superstição, a religiosidade é temível, embriagante, alienante. A superstição é a imaginação corrompida, que permanece a voltas com o medo. A piedade supersticiosa obedece porque tem medo. Nesse contexto, pode-se dizer, "a religião é o ópio do povo".
Agora, a religiosidade expurgada da superstição é espiritualidade. Porém, não é pela razão sozinha que se passa da superstição. Além da razão, há imaginação na espiritualidade. A espiritualidade não é o puro conteúdo racional da religião, a metafísica, a teologia purificada, a ontologia. O que vem a ser a espiritualidade se alcança melhor mediante seu conteúdo prático: uma confiança que se traduz como esperança, oposta ao medo da superstição, esperança produzida por uma imaginação constitutiva. A espiritualidade obedece quando quer.
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