Mobilidade/devir/necessidade

Porque o mundo (e as coisas/seres/realidades/potências que o constituem) “não tende a nada e não vem de nada”*, porque não há finalidade nem origem do mundo, não precisamos dizer (como Camus) a “imobilidade”. Mas, seu equivalente inverso: uma infinita mobilidade (infinita, porque sem extremos, sem início nem termo).

Nem precisamos dizer ou postular o acaso. Melhor, seu equivalente inverso: um devir de pura necessidade, sem fatalismo, sem predestinação, como preferia Epicuro**, porque sem origem nem finalidade.



(*) Camus apud BOVE, Laurent. Albert Camus, de la transfiguration: Pour une expérimentation vitale de l’immanence. Paris: Publications de la Sorbonne, 2014. P. 61.

(**) LAÊRTIOS, Diôgenes. Vie et doctrines des philosophes illustres. Trad. diversos. Paris: Le livre de poche, 1999. Livro X (Epicuro), §134. P. 1313.

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