Mão na brasa

...no ny...

O credo xenofóbico serve para arrebanhar ovelhas. Como?
Transforma o medo de si mesmo, ou o medo em si mesmo, em medo do alienus (do estranho).
Alienando o alienus, funciona para a alienação de si mesmo.

Considere-se o medo em si mesmo como uma condição humana, medo imanente, intransitivo.
Focalizado no estranho-estrangeiro, este medo imanente faz-se transitivo, torna-se ilusoriamente medo do que pode, em princípio, manter-se do lado de fora, transcendente.

A ilusão da expiação do medo é percebido como liberação. Mas essa ilusão, agenciada por um partido, é apropriada para estabelecer um mecanismo de assujeitamento. Por isso, a ilusão de alienar o estrangeiro não é liberação, mas sujeição a um partido que quer governar. Dizer sim a "não queremos estrangeiros entre nós" é a alienação de quem quer alienar.

Outras direções mais favoráveis à potência podem ser dadas ao medo imanente. O medo imanente não é originário, é só um aspecto da existencialidade (da essência da existência). O medo imanente pode tornar-se respeito imanente, até mesmo amor imanente.

O amor imanente é amor intransitivo na sua transitividade.
ESCOLHA: mão na brasa ou coração em chamas.

...por aqui...

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