A diferença entre moral religiosa e moral filosófica, prescrição e conselho

A moral religiosa prescreve na forma e com a força da lei.
“Para ser salvo, faça isso, não faça aquilo, e se fizer o contrário do que é prescrito, queimará eternamente no fogo dos infernos”.
A moral religiosa governa com base na esperança de recompensas e no medo das punições. Recompensas e punições que têm uma eficácia tremenda, pois, Deus sendo onisciente e onipotente, o julgamento divino é infalível e irrevogável.

Enquanto a moral religiosa prescreve, a moral filosófica aconselha.
“Faça isso, não faça aquilo, porque assim seria melhor para você ou para o mundo (e indiretamente para você)”.
Como tem a forma de um conselho e não de uma prescrição legal, idealmente, a injunção moral filosófica recebe sua força apenas do sujeito aconselhado. Cabe a ele, ativamente e por si mesmo, fazer de si um sujeito moral.

Mas, à medida que a moral filosófica, para quem a segue, se torna também uma paixão – e isso acontece muito frequentemente (amor do conselho, amor do conselheiro) –, sua força escapa ao sujeito aconselhado. E, na injunção filosófica, vemos também surgir a força do conselheiro.

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