Paráfrases: desejo e objeto

Realmente, não há como orientar o desejo pela ideia de bem. Pois é a ideia de bem que se forma a partir do desejo.

Não podemos primeiro e de maneira independente nos representar a ideia de bem, para depois desejá-la. Pois é a partir das inclinações do nosso desejo que formamos nossa ideia de bem real.

Entretanto, nosso desejo não é por natureza inclinado, não nasce determinado por objetos, para objetos. Ele precisa inclinar-se, isto é, ganhar o hábito da inclinação na direção de objetos que lhe são eventualmente apresentados como bens, como desejáveis.

Na formação do hábito, com numa captura, o desejo, naturalmente indeterminado, se determina, ganha um objeto, torna-se desejo de objetos pré-determinados.

Os dispositivos de poder são como arapucas do desejo.

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