No cumprimento de serviço público (contraparte pelos pequenas injustiças inesquecíveis que cometo), segue-se um trecho do comentário de Guéroult:
“A união da alma e de sua ideia se dá segundo o mesmo princípio que a união da alma e do corpo. Disto se segue – tudo aquilo que resulta para a alma devido à sua união com o corpo vale, ipso facto [por isso mesmo], para a união da alma com a ideia da alma: [1] a ideia da alma percebe a totalidade das afecções da alma e não percebe outras; [2] a alma se sente como ela sente seu corpo, e nada pode sentir de si que não seja sentimento de seu corpo e das afecções de seu corpo; [3] ela só sente que existe na medida em que ela sente seu corpo e sente que ele existe; [4] ela não pode duvidar mais da sua existência que da existência de seu corpo; [5] nem tampouco duvidar que seu corpo existe quando ela se sente existir, porque ela não poderia se sentir existir, se ela não sentisse que seu corpo existe”*.
(*) GUEROULT, Martial. Spinoza II: L’âme. Paris: Aubier-Montaigne, 1974. P. 247 in fine.
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