Que diferença entre a [natureza das coisas] e as [coisas da natureza]?
Nenhuma, se a natureza é o plano absoluto e comum das coisas, que lhes permite se limitar umas pelas outras.
Novamente aqui, fora e dentro determinam-se mutuamente. A exterioridade (coisas da natureza) é efeito e causa, fruto e semente, da interioridade (natureza das coisas).
Por um lado, do mais íntimo da coisa, da sua natureza própria como causa, está, como efeito, sua comunidade com outras coisas da natureza.
Por outro, sua pertença irredutível ao plano das coisas da natureza, como sua causa, está sua natureza própria como efeito.
Natura rerum et res naturæ, uma se entende pela outra.
Mas se o íntimo é a essência da coisa e o fora, seu plano de existência, não se afirma – como fazem os existencialistas, em relação a uma certa coisa, o ser humano – a anterioridade da existência frente a essência, nem o inverso – como fazem os essencialistas –, a anterioridade da essência frente a existência.
A essência e a existência das coisas são imanentes uma à outra, pelo menos, em quanto consideramos as coisas em si mesmas, em sua própria natureza.
Agora, podemos considerar as coisas enquanto em si mesmas? Aqui, talvez, haja apenas uma decisão a ser feita.
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