Em si e para si

Recebi um e-mail com uma advertência que me deixou perplexo. Segundo a mensagem, três passos (pequenos comandos) podem salvar uma vida. É que não se reconhece de pronto uma vítima de AVC (acidente vascular cerebral). Uma pessoa pode ter um pequeno desmaio, uma pequena queda, levantar-se, continuar aparentemente normal, como se nada houvesse ocorrido, e mais tarde, subitamente, morrer.

Mas um AVC causa danos imediatos, que podem ser identificados com essas três orientações:
  1. Peça que a pessoa SORRIA;
  2. Peça que a pessoa LEVANTE AMBOS OS BRAÇOS;
  3. Peça que a pessoa PRONUNCIE UMA FRASE SIMPLES (coerente) (por exemplo: "Hoje está um dia ensolarado").
Agora, fico pensando, como devo agir eu comigo mesmo? Já que vivo a maior parte do tempo sozinho, sem ninguém por perto. Tenho que me fazer eu mesmo as três injunções, se de repente me perceber caído no chão, ou se duvidar de alguma coisa, ou até mesmo, sem duvidar de nada, de vez em quando, para garantir (alguma coisa pode ter acontecido sem que eu perceba).

Assim, de tempos em tempos, sorrir, levantar os braços, pronunciar uma frase simples. Três coisas que só podem fazer bem, para quem vive. Sorrir por graça e da graça, levantar os braços e esticar o corpo, pronunciar uma frase que faça algum sentido.

Mas, em mim e para mim, como saber que eu realmente estou sorrindo? Que meus braços estão realmente para cima, e não tortos para o lado e desencontrados? Que estou dizendo alguma coisa com sentido e não um disparate?

Então, é melhor, de vez em quando, dar uma descidinha na rua, e perguntar a um passante qualquer, se realmente sorrio, se meus braços realmente estão alinhados acima da minha cabeça, se o que eu digo faz algum sentido para ele (bom, talvez possa e deva evitar esta última pergunta).

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