A bactéria branca Alcyon alba continua a forçar para cima os preços do óleo bruto. E não há previsão de controle. Para evitar a contaminação, vários poços e reservas, até agora sem contágio, foram momentaneamente selados. O que fez baixar a produção e subir os preços, ainda mais.
Vários petroleiros chegam ao destino com sua carga completamente atingida e inutilizável. A bactéria quebra as longas moléculas orgânicas, consumindo a energia química molecular para se reproduzir. Após a meiose, as bactérias se encadeiam umas às outras formando longos fios celulares, torcidos sobre si mesmos, que mantêm a viscosidade do óleo. O resultado do processo é uma substância oleosa e viva, sem valor energético apreciável e totalmente branca. O calor resultante não inibe a multiplicação exponencial da bactéria, pelo contrário, a favorece. Na superfície do óleo branco, forma-se uma fina camada de poeira, composta por células bacteriais em estado de ressecamento, facilmente removida pela mais leve brisa.
Alguns cargueiros, adaptados com câmaras de frio, conseguiram transportar o ouro negro, apesar de contaminado, durante vários dias, sem deflagrar o início do processo vertiginoso de reprodução bacterial. O refino do óleo, se feito no prazo correto e sob condições higiênicas precisas, consegue salvar até 60% da carga. Há esperanças de que se logre, com o aprimoramento de técnica específica, aumentar essa taxa até 80%, no correr dos anos. A tendência sinalizada será aproximar as refinarias dos campos de petróleo, em terra ou em mar, fazer o refino imediatamente após extração, e só transportar o produto refinado.
Apesar do contágio se fazer principalmente por via aérea (o mapa genealógico de ocorrências da poeira bacterial segue exatamente o percurso das correntes aéreas planetárias), algumas reservas subterrâneas foram contaminadas. Não há, até o momento, indícios confirmados de sabotagem terrorista. Acredita-se que a contaminação subterrânea tenha ocorrido pelo manejo dos campos de extração com sondas contaminadas. Embora o processo de reprodução bacterial seja muito mais lento antes da extração, a contaminação dos campos pode apresentar algum risco no futuro.
O mapa genealógico bacterial indica que o fenômeno teve sua origem nas cercanias de Buenos Aires, na Argentina. Provavelmente trata-se de um bolor, que se forma naturalmente do envelhecimento, em ambientes exageradamente úmidos, de uma antiga tinta de impressão, à base de óleo vegetal, oriunda da China, muito utilizada na impressão tipográfica de romances populares, no início do século XX, na Argentina. Esses exemplares teriam desaparecido, sem causar maiores danos, se não tivessem sido conservados, intocados, em bibliotecas municipais da periferia de Buenos Aires. Um programa nacional recente vem revitalizando essas bibliotecas, renovando o acervo, e destruindo por incineração, após digitalização, os volumes de muito pouco uso. Há suspeitas de que a mutação do bolor natural tenha ocorrido pela exposição da tinta chinesa ao raio laser, durante a digitilização.
2 comentários:
VIVA A ALCYON ALBA!!!
Que linda bactéria... Ela vai acelerr o desaquecimento global...
hihihihihihihhSe Maomé não vai a montanha....
que bom, su, você ver o lado positivo disso que, para muitos, é uma catástofre
Postar um comentário