Golpe e revolução


Ortega y Gasset pensou a revolução como o transbordamento das forças sociais sobre o “poder público”, que é a força estatal, a força que o Estado possui para reprimir o levante social.

Para ele, o poder público, atualmente (ele escrevia em 1927), é muito superior às forças sociais, de tal modo que a revolução tornou-se impossível, pelo menos na Europa. “¡Adiós revoluciones para siempre! Ya no cabe en Europa más que lo contrario: el golpe de Estado”*.

Assim, com o excesso do poder público, as únicas variações possíveis nos regimes políticos ocorrem por meio de golpes de Estado. Uma troca de figuras comandantes. O comando do poder público passa para as mãos daqueles que, com maior facilidade, ou seja, com a menor violência possível, podem garantir o controle das forças sociais.





(*) ORTEGA Y GASSET, José. La Rebelión de las Masas. P. 84.




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