Eurocéfalo

A crença de que existe no homem uma relação estreita entre o tamanho do cérebro e o desenvolvimento das faculdades intelectuais é confirmada (is supported) pela comparação entre os crânios das raças selvagens e das civilizadas, dos povos antigos e modernos, e pela analogia do conjunto das séries vertebradas. O Dr. J. Barnard Davis (1869) provou, por meio de muitas medições cuidadosas, que a capacidade interna média do crânio, nos europeus, é de 92.3 polegadas cúbicas; nos americanos, 87.5; nos asiáticos, 87.1; e, nos australianos, somente 81.9 polegadas.*

Tese: – o tamanho do cérebro é diretamente proporcional ao nível de desenvolvimento das faculdades intelectuais (imitação, memória, atenção, imaginação, razão).

Prova: – os cérebros dos europeus são maiores do que os dos americanos; estes, do que os dos asiáticos, que, por sua vez, são maiores que os dos australianos.

Que isso constitua uma prova para a tese pressupõe uma premissa oculta: – as faculdades intelectuais dos europeus são superiores, nessa ordem, às dos ameríndios, às dos asiáticos e às dos australianos.

Pode permanecer oculta, porque essa premissa é, como um axioma, uma evidência de todos conhecida.

Ora, o que nos leva a aceitar tal premissa?

O fato do domínio europeu (colonialismo e imperialismo, no século XIX, e seus desdobramentos) sobre todas as outras culturas da terra, bárbaras ou civilizadas.

Afinal, o domínio econômico-político é resultante da superioridade da raça europeia. Somente as capacidades intelectuais maiores do que as das outras culturas humanas garantem a eficácia europeia na luta geral pela existência.
Uma comunidade que inclua um grande número de indivíduos bem-dotados cresce em número e é vitoriosa frente às outras comunidades menos bem-dotadas. (**)




(*) DARWIN, Charles. The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex [1871]. In: From So Simple a Beginning: The Four Great Books of Charles Darwin. New York: Norton, 2006. P. 859. Grifo meu.

(**) Ibid. P. 864

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