Deus e o acabamento de toda soberania


De acordo com Spinoza, a infinitude da natureza divina se exprime da seguinte maneira.
“Nenhuma coisa singular na • natureza >•|das coisas| dada-é, que [dada], •• não dada-seja outra >••|mais potente e mais forte|. Mas, sendo alguma [coisa] dada, dada-é outra mais potente, pela qual aquela dada pode destruída-ser” (e4ax).
A natureza é infinita pois, ao se tomar nela um indivíduo qualquer, de potência determinada, será dada sempre, também, uma potência exterior ao indivíduo tomado que supere a sua potência determinada.

Seja N a natureza de potência infinita Pn. I, o indivíduo determinado de potência Pi. Haverá sempre, em N, um indivíduo I’, cuja potência Pi’ será superior a potência de I’.

Assim, se N é o indivíduo infinito, não haverá jamais um I que seja seu sucessor imediato, ou seja, que não tenha, no interior da própria natureza, um outro indivíduo I’, que lhe seja superior.

N não tem nenhum representante no seu próprio interior.

Com isto, indica-se a inadequação da noção histórica de soberania, que deriva imaginariamente seu poder da potência de Deus.

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