Corpo, corpos

– Para perceber meu corpo preciso perceber outros corpos.

Então, você logo pensa: corpo, corpo humano, corpo vivo.

– Mas não digo primeiro que o corpo vive. O que vai junto com o corpo é a existência: o corpo existe.

Mas, e a fome? A fome não indica a existência do corpo sem indicar a existência de outros corpos?

– É verdade. Na minha primeira afirmação se misturam dois planos: o dos corpos com o das percepções. Se retiro o plano da percepção (e então a fome vai embora junto com ele), minha proposição fica assim: “[um] corpo, [outros] corpos”.

Ora, então, você pensa que deixei de lado o “meu”, e com ele o “eu”.

– Não. Por isso lá está, mesmo que um pouco suspenso, o [um]. A proposição indica que a posição de [um] corpo implica a de todos os [outros] corpos. 

C -> CC

Suprimido-se este [um] corpo, todos os [outros] corpos são suprimidos junto.

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