Crátilo não dizia nada, porque para ele era impossível dizer uma palavra que significasse alguma coisa. Como todo “teólogo” que se preze, eu também faço-fiz-farei meu voto de silêncio.
Mas meu voto de silêncio tem outras razões: tudo o que eu falo é besteira (é besteira da imaginação o significado de tudo o que falo, embora as palavras mesmas sejam reais).
Por razões evidentes, porém, a enunciação do voto de silêncio não pode ser um testemunho do presente. Só posso enunciar meu voto de silêncio em relação ao passado (“fiz um voto de silêncio”) ou ao futuro (“farei um voto de silêncio”).
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