Mais tarde, quando todos se foram, perguntamos a ele por que não retirou o chapéu, enquanto estava em casa, durante todo o jantar, com todas as pessoas presentes. O homem levanta seu rosto em nossa direção (agora podemos ver seus olhos, parecem de vidro). Ele se diz muito surpreso com o chapéu, com o jantar, com as pessoas, como se, só agora, ele notasse que algo aconteceu, algo de que ele foi participante.
Consciência e consciência de si
Um homem de chapéu (desde nossa perspectiva, de cima para a cena, não se pode lhe ver os olhos) anda em seu apartamento. Seu passo ressoa no chão de tacos, sem tapete. Ele caminha nos corredores, e passa pelas portas que separam os cômodos, sem esbarrar nas paredes. Na sala, põe a mesa: os pratos, os talheres, os copos, tudo bem composto (nós não duvidamos de que ele esteja consciente, ele sabe o que está fazendo, seu fazer é coordenado com as coisas; pouco depois, desde cima, vemos outras pessoas se sentarem à mesa, para jantar; o fazer do homem de chapéu está articulado com o fazer das outras pessoas; ele e os outros comem, bebem e riem).
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