Deus é a razão da concepção intelectual das coisas naturais, conforme o dito:
|Tudo isso que (Quicquid)| é |em Deus é (in Deo est)|, e nada sem Deus ser, nem concebido-ser (concipi), pode. (e1p15)
Um Deus infinito (por definição: um ente constituído de infinitos atributos) é a razão da concepção de infinitas coisas:
A partir da necessidade (Ex necessitate) da divina natureza (divinae naturae), infinitas [coisas] de infinitos modos (infinita infinitis modis), isto é, todas [as coisas], as quais sob [o] intelecto infinito (sub intellectum infinitum) cair (cadere) possam, se-seguir devem (sequi debent). (e1p16)
Podemos ter uma intuição dessas duas proposições, a partir de uma quimera inteligível – um deus finito.
Seja um deus finito cujos atributos sejam apenas:
1) a quadrilateralidade constante, cujas partes componentes são:
2) uma metade verde
3) um quarto azul
4) um quarto amarelo
Dada essa definição divina, apenas 16 modos a podem exprimir.
Cada um desses modos exprime o Deus finito, que é a sua razão de ser e de se conceber.
Cada um dos modos envolve a ideia do seu Deus finito.
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