A episteme da incerteza

Com o conhecimento de quinto gênero, o estatístico, a ciência humana atinge um novo patarmar epistemológico. Não se sabe nada ao certo.

Não se sabe o certo, mas o provável. Não se sabe nada com certeza, mas apenas provavelmente. Já não se pergunta pela causa, mas pela probabilidade da relação entre dois eventos.

Dado A, qual a probalibilidade de que B se dê também?

A incerteza pode estar apenas do lado epistemológico, no modo pelo qual nos conhecemos o ser das coisas. A incerteza, nesse caso, estaria ligada à nossa incapacidade momentânea de conhecer absolutamente a causa das coisas.

Mas a incerteza pode estar – como diria Epicuro – do lado ontológico. O próprio ser das coisas é incerto e envolve o acaso, o aleatório, o absolutamente singular que não se deixa subsumir a um princípio universal.

A ciência estatística é uma solução para o controle do aleatório, do acontecimento. Deixa-se de lado a causalidade, como princípio explicativo, e procuram-se, no devir do acaso, certas regularidades, certos padrões de probabilidade, embora dentro de limites.

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