O atéismo de Spinoza III

Nietzsche, absolutamente, não era tomado de amor pela riqueza, mas era ateu.

No que Spinoza disse, leia-se:
– a negligência da riqueza (acompanhada de uma alegria imediata, isto é, a alegria mesma sem a ideia da própria negligência, isso seria o orgulho, nem de qualquer outra causa alheia) é sinal de fé –.
Vai-se disso a uma conclusão menor, porém, incondicionada:
– dado o amor pela riqueza, não pode ocorrer, ao mesmo tempo, a fé,
com a implicação (corolário) seguinte:
– dada a negligência da riqueza, não se dá necessariamente a fé,
pois a negligência da riqueza está condicionada a um tipo certo de alegria.
Este corolário se aplicaria a Nietzsche.

E tudo isso está perfeitamente conforme com o dito do Sermão da Montanha (Mt 6:24):
– "ninguém pode servir a dois senhores. [...] Vocês não podem servir a Deus e às riquezas".

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