Disposição índia

Já tratamos disso como esterilidade e fertilidade, conferir:
esterilidade-ou-fertilidadeesterilidade-ou-fertilidade-iiesterilidade-ou-fertilidade-iii.

Mas é justamente isso que em tempos nossos precisamos pensar. Agora, sob outros nomes.

São duas disposições ou estados habituais (hexis, habitus) humanas: a disposição índia e a disposição superação-de-si.

Na primeira, tudo pode permanecer como-está, pois como-está está bem. Um modo epicureu de ser. Somos um pedacinho de um mundo acolchoado e ilimitado. Estamos diante de e frequentemente envoltos por um rio muito largo, longo e fértil, que não para de fluir. A existência é viver nisso (não, disso).

Na segunda, trata-se antes de morrer do que de permanecer assim, como-está. É preciso sobretudo superar-se, superar seus próprios limites. Somos o limite do mundo. Um modo nietzschesco de ser. O mundo é um limite coercitivo, que é preciso perfurar (per-forar), transgredir. Estamos em um lago secante e estéril. A existência é renascer disso.

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