Tal pretensão equivaleria a separar dos devaneios mundanos de Proust uma verdade como esta:
Uma ideia forte comunica um pouco de sua força ao contraditor. Participando do valor universal do espíritos, ela se insere, se enxerta, no espírito daquele que ela refuta, no meio de ideias adjacentes, em ajuda das quais, retomando alguma vantagem, ele a completa, a retifica; tão bem que a sentença final é de algum modo a obra das duas pessoas que discutiam. É às ideias que não são, propriamente falando, ideias, às ideias que, não remetendo a nada, não encontram nenhum ponto de apoio, nenhum ramo fraterno no espírito do adversário, que este último, lidando com o vazio puro, nada encontra para responder.
PROUST, Marcel. À l'ombre des jeunes filles en fleurs. Paris: Gallimard, 1988 [1919]. P. 132.
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