É possível um grande escritor, um cronista muito perspicaz, alcançar num livro a descrição modelar do hábito e da índole de uma sociedade e, com isto, fixar, como em uma fotografia, os seus traços comportamentais mais característicos. E de tal modo que todo o esforço (o desejo) da posteridade, uma vez que o livro tenha se tornado amplamente conhecido, se concentre em se afastar daqueles traços, que ao mesmo tempo lhe servem de modelo e de amarra.
Pois ocorre que, ao tomar consciência de si, o sujeito deseje se afirmar, negando o si que lhe aparece.
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