É explicável a tendência do imperador para escolher um sucessor um pouco menos habilidoso, um pouco menos apto ao exercício do poder do que ele mesmo.
Se escolhesse alguém mais capaz, sentiria inveja, pensando que o povo honraria seu sucessor mais do que a ele.
Por outro lado, se o imperador ama de fato aquele que escolheu como seu sucessor – poderia se objetar –, ele teria todo interesse de que o povo também o amasse, pois sendo seu amante, o imperador se alegraria com o seu sucesso. Em geral, porém, o imperador não escolhe seu sucessor por amor, mas porque é forçado pela lei ou por outros motivos alheios a si.
Entretanto, por medo de perder o amor do povo e até mesmo de ser odiado por ele, o imperador não escolheria alguém muito menos habilidoso do que ele mesmo, nem se o amasse. Se escolhesse assim, imaginaria que também seria considerado pelo povo como uma causa do seu desgosto com o sucessor, que no final das contas teria sido escolhido por ele.
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