Para libertar-se do arbítrio divino, o ser humano inventa a episteme, a causalidade. Mas na causalidade absoluta, ele perde a liberdade do seu próprio arbítrio, como no mito trágico, sob uma deusa ainda mais inflexível, Ananke, a Necessidade.
Duas saídas para o humanismo (não as únicas). Ou aceitamos que o mundo é governado por deuses, não por Ananke, mas por deuses flexíveis às nossas preces e homenagens, deuses influenciáveis; ou introduzimos o acaso, e com ele a possibilidade da liberdade. Mas o que é o acaso senão outra divindade?
Novamente, pode ser o Acaso (Tykhe) uma divindade surda, insensível ao apelo humano, ou uma divindade sem cera nos ouvidos. Nesse segundo caso, teríamos de volta a religião institucionalizada, a teologia como a ciência do que agrada aos deuses.
No primeiro caso, uma episteme da incerteza.
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