Um acontecimento, afirma Epicuro (D. L., X, 133), pode surgir de uma causa necessária, a única que aceitam os deterministas, ou pode depender da fortuna (da tykhe, do acaso), ou pode depender de nós mesmos.
Lembro-me que, para Maquiavel, no cap. XXV do Príncipe, nossas ações são 50% determinadas pela fortuna, 50% por nosso governo. Ou seja, para Maquiavel, as coisas dependem do acaso ou de nós mesmos, ou parcialmente de um e de outro, mas nada é necessariamente. Embora, possa ser dito que Maquiavel estivesse tratando exclusivamente dos negócios humanos, por outro lado, é verdade, uma pedra cai necessariamente. E necessariamente, também, por exemplo, amamos aquele que imaginamos ser a causa de nossa alegria.
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