Nossa potência de imaginar nos fornece
milhares de motivos para nos alegrar e milhares para nos entristecer.
Pressionada pela necessidade, a imaginação prefere naturalmente os primeiros.
Assim, ela tende a constituir o mundo
imaginário como mais favorável do que ele talvez seja em realidade. Mas é
justamente esse engano imaginado (apesar de um pouco imprudente) que incita o
desejo a produzir o imaginário no real.
O humano prudente é, de fato, um humano de perspicácia
(seu intelecto e seu olhar perfuram o presente, para distinguir, nele, outros
modos de ser). O prudente não se difere do imprudente porque deixa de lado a imaginação,
mas porque imagina coisas alegres quase reais (isto é, coisas cuja realidade pode
se articular com as outras realidades atuantes no momento).
Nenhum comentário:
Postar um comentário