Descobri um sebo a poucas ruas do hotel em que estou hospedado nestes primeiros dias em Moscou (cidade em que não poderei permanecer por muito tempo, se não conseguir alugar um apartamento por um valor mais acessível) (um conhecido italiano prometeu-me encontrar um que fosse adequado para mim) (quando ele me disse isso, logo pensei: como ele poderia saber o que era, para mim, adequado ou não?).
E, no sebo, descobri vários livros em francês. Um deles, particularmente, me chamou a atenção. A capa e as páginas iniciais faltavam, haviam se descolado, ou sido arrancadas. Assim, não pude conhecer o título da obra nem seu autor. Mas, logo na introdução, uma frase sublinhada a lápis dizia o seguinte: “Le voyage rajeuni les choses, et il veillit le rapport à soi”*.
(*) [Cá, entre nós, eu posso dar uma tradução, “A viagem rejuvenesce as coisas, e ela envelhece a relação a si mesmo”, e a referência que Benjamin estava impossibilitado de citar: FOUCAULT, Michel. Histoire de la sexualité II: L’usage des plaisirs. Paris: Gallimard, 1984. P. 19.]
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