Devir e metamorfose: tudo o que é já não é

Impossibilidade de tomar em mãos, capturar na visão ou na mente o ente. Tudo se dissolve em outra coisa, imediatamente. Nada se segura, nada é seguro.

O ente: se tivesse uma enorme mão, qualquer ente material, até mesmo o sol, eu o teria em minhas mãos. Se tivesse uma mente inteligentíssima, apreenderia conceitualmente qualquer ente imaterial. Mas o devir desfaz o ente em outro. E o que se apreende ou captura, como ente, já não é, e já não é.

Diante do ser como devir, a terrível instabilidade ou a leveza do ser da loucura. O desespero ou, ao contrário, a desnecessidade de segurança.

A metamorfose contínua do ser: o fluxo. O ser não é o fixo. Loucura é o desejo de fixar o ser. A “ideia fixa”, como disse Nietzsche, é uma “doença do cérebro”.


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