Os movimentos de
nosso corpo seriam de dois tipos: aqueles
precedidos por uma determinação da vontade; aqueles que ocorrem sem intervenção da alma, mecânicos (“do mesmo modo que o movimento de um relógio
é produzido só pela força de sua mola e a figura de suas engrenagens”*).
O soluço, a experiência
de soluçar – se a percebemos bem – serve para pôr em questão esta tese. Quer-se sempre o soluço (como numa antecipação, que ele venha). Mas se não o
queremos, ele vem do mesmo jeito (mas não exatamente contrariando a nossa vontade).
(*) DESCARTES, René. Les Passions de l’âme. Paris: Le Livre de Poche, 1990 [1649]. I,
Art. 16. P. 50.
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