Freud diz: n’isso está a causa da resistência à psicanálise. Isso explica a resistência à psicanálise*.
Wittgenstein, pelo contrário: n’isso está a causa da nossa adesão a ela. “Pode muito bem ser o fato de a explicação ser extremamente repulsiva que nos leva a adotá-la”**. Isso explica o sucesso da psicanálise.
Um mesmo afeto, a repulsa, assim, em diferentes sujeitos, é causa da negação ou da aceitação da explicação.
Em uns, a repulsa causa a negação da verdade: – Oh! Isso é nojento! Não pode ser verdade!
Em outros, a repulsa causa a aceitação como verdade: – Oh! Isso é nojento! Mas, devo confessar, é justamente isso que me atrai! Portanto, isso precisa ser verdade.
Um mesmo afeto, a repulsa, assim, em diferentes sujeitos, é causa da negação ou da aceitação da explicação.
Em uns, a repulsa causa a negação da verdade: – Oh! Isso é nojento! Não pode ser verdade!
Em outros, a repulsa causa a aceitação como verdade: – Oh! Isso é nojento! Mas, devo confessar, é justamente isso que me atrai! Portanto, isso precisa ser verdade.
(*) Conferir, por exemplo: FREUD, Sigmund. As resistências à psicanálise [1925]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: Obras completas. Vol. 16 (1923-1925). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. P. 262. Neste texto, Freud enumera três razões inter-relacionadas da repulsa: isso é novo; isso é sexual; isso é judeu.
(**) Wittgenstein apud: ASSOUN, Paul-Laurent. Freud e Wittgenstein. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Campus, 1990 [1988]. P. 41.
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