Mas, ainda, a ação, enquanto tal, requer sentido*. E o
sentido da ação é a relação humana explicitada (tornada consciente).
Explicitar uma relação é expressá-la.
Nessa passagem para o âmbito da linguagem, o
sentido se expressa como significado.
Por isso, a significação (isto é, a maneira
pela qual se indica o significado ou o sentido conscientizado de uma ação) deve
mostrar a relação.
Na linguagem, o nome da relação (o relativum) é a preposição (praepositivum)**.
Assim, pelo menos no tocante à ação (à ética
e à política), a semântica (o estudo da significação e dos sentidos) lida,
antes de tudo, com preposições.
Lista de preposições no português: a,
contra, até, para, por, de, desde, ante, trás, sob, sobre, com, sem, em,
entre***.
(*) A partir de Weber, a ação social se
define como um comportamento humano (um ato exterior ou íntimo, uma omissão,
uma tolerância), ao qual o agente ou os agentes atribuem um sentido que se orienta pelo comportamento dos outros. Conferir: WEBER,
Max. Économie et société. T. 1. Les
catégories de la sociologie. Trad. diversos. Paris:
Plon, 1995 [1920]. Cap. 1, §1. P. 28.
Nota: Esse humanismo da teoria da ação como ação humana me incomoda. Mas vale momentaneamente. Pessoalmente, eu
preferiria uma teoria da ação mais geral: – a ação (como também a paixão) é uma relação.
(**) SPINOZA, Benedictus de. Abrégé de grammaire hébraïque. Trad. Joël Askénazi e Jocelyne Askénazi-Gerson.
3 ed. Paris: Vrin, 2006 [1677]. P. 66-67.
(***) BECHARA, Evanildo. Moderna
gramática portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2002. P. 300. Veja-se também a lista completa (incluindo as locuções
prepositivas) na p. 305.
Nenhum comentário:
Postar um comentário