O vínculo entre a finitude humana e o infinito era (e ainda é, mas numa medida menor) intermediada, por via da imaginação, pelas religiões.
O racionalismo radical fez a crítica da imaginação e do seu aspecto nefasto, a superstição, que permite a captura política do vínculo finito-infinito, com a instituição de modos de assujeitamento teológicos. O racionalismo radical, porém, resguarda o acesso ao infinito, via intuição intelectual (via perardua).
O iluminismo tardio, por sua vez, faz a crítica da própria intuição intelectual, denunciando sua impossibilidade. Com isso, no limiar da modernidade, estão cortados os dois vínculos que o ser humano estabelecia com o infinito: a imaginação e a intuição intelectual. Nessa concepção, não estamos apenas privados de nossa remissão ao infinito, essa remissão nos é mesmo negada.
Dentro desse movimento, o romantismo e o idealismo talvez tenham sido apenas o fôlego moribundo do pré-moderno.
O finito em sua finitude absoluta, esse seria o legado à disposição da modernidade.
Desse legado, de nossa ruptura absoluta com o infinito, da remissão do finito à sua finitude, pensou-se constituir a liberdade, embora, para ser rápido, instituiu-se a biopolítica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário