O cárcere é uma parte essencial do nosso nome, da nossa designação.
Vale lembrar: o aprisionamento do criminoso é uma das técnicas, aliás, já velha de 200 anos, pelas quais um ser coletivo constitui a sua essência por exclusão. O elemento interior se constitui pela exteriorização, pela ejecção do não-dentro. De maneira semelhante, o Eu individual, a consciência de si, se forma junto à formação da consciência do fora.
Foucault: “Poderíamos fazer uma história dos limites – destes gestos obscuros, necessariamente esquecidos assim que realizados, pelos quais uma cultura rejeita algo que será para ela o Exterior; e, ao longo de sua história, este vazio escavado, este espaço em branco, pelo qual ela se isola, a designa tanto quanto os seus valores.”*
Foucault: “Poderíamos fazer uma história dos limites – destes gestos obscuros, necessariamente esquecidos assim que realizados, pelos quais uma cultura rejeita algo que será para ela o Exterior; e, ao longo de sua história, este vazio escavado, este espaço em branco, pelo qual ela se isola, a designa tanto quanto os seus valores.”*
(*) FOUCAULT, Michel. Préface [1961]. In: Dits et écrits. Vol. I. 1954-1975. Paris: Quarto Gallimard, 2001. P. 189.
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