A corrida do ouro
Ali onde quase já não havia ninguém “de repente preteja de gente”*. A corrida do ouro atual é a corrida religiosa. O fundamento desse curso é positivo ou negativo.
Provavelmente negativo. A corrida é uma fuga, se dá por “horror vacui – o medo diante do vazio governa essas pessoas”**. Vazio aberto no coração da emancipação humana pelo individualismo clássico e aprofundado, nos últimos decênios, pelo neoliberalismo.
Provavelmente não positivo, como desdobramento no real de um princípio efetivo positivamente existente, como por exemplo aquele “sentimento oceânico”*** de que falou Romand Rolland a Freud.
(*)CANETTI, Elias. Massa e poder. 4ª reimpressão. Trad. Sérgio Tellaroli. São Paulo: Companhia das Letras, 2013 [1960]. P. 14.
(**)KRACAUER, Siegfried. Aqueles que esperam. Trad. Carlos Eduardo Jordão Machado, Marlene Holzhausen. In: O ornamento da massa. São Paulo: Cosac Naify, 2009 [1963]. P. 152.
(***)FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização [1930]. Trad. Paulo César Lima de Souza. In: Obras completas. Vol. 18 (1930-1936). São Paulo: Companhia das Letras, 2010. P. 15.
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