A ciência cria seus próprios objetos, separando-os do fluxo contínuo da vida (a “duração”). Essa separação é a condição da estabilidade desses objetos. Estabilidade que, por sua vez, é um critério científico – é preciso que o
ob-jeto da ciência separe-se do sujeito que o conhece, numa oposição, num jazer diante. Na sua permanência, na sua repetição requerida, o objeto científico está separado da vida, isto é, morto. Só assim ele pode se repetir para todo e qualquer sujeito a que se oponha. Na forma de conhecimento científica, os objetos emergem da imersão não objetiva. Eles vêm à luz, separando-se da vida contínua, interligada, do real. A ciência dá à luz seus objetos e, ao mesmo tempo, num certo sentido, os mata. A separação do objeto (em relação à realidade viva – ou natureza – e em relação ao sujeito) é a condição de possibilidade de sua manipulação e dominação.
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