– Nada de “efeitos especiais”, proclama o cineasta-estudioso* da realidade-verdade (aquele que a busca, que se aplica pelo real sem truques).
Neste ponto, ao modo do cinema do real, a filosofia também é uma ciência dos “efeitos”, não apenas no sentido causal do termo, mas no sentido ótico, no sentido do reconhecimento visual-mental daqueles acréscimos de realidade que terminam por encobri-la (uma estranha fumaça que, apesar de ser um efeito de realidade, é também um truque, que lança um véu sobre o real, tal qual uma fantasia dominadora)**.
Que a filosofia seja uma ciência dos efeitos quer dizer que ela se esforça em revelar os efeitos – que são, ao mesmo tempo, índices e velamentos da verdade efetiva das coisas –, para desfazê-los.
(*) Conferir o uso que Barthes faz do termo latino studium. In: A câmara clara: Nota sobre a fotografia. Trad. Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015 [1980]. P. 29.
(**) Para Aristóteles, a ciência é conhecimento das causas. Para Hobbes, dos efeitos. Mas Deleuze relembra que “efeito” tem ainda um sentido diferente, para além da causalidade. Conferir: DELEUZE, Gilles. Spinoza: Philosophie pratique. Paris: Minuit, 2003 [1981]. P. 18.
(*) Conferir o uso que Barthes faz do termo latino studium. In: A câmara clara: Nota sobre a fotografia. Trad. Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015 [1980]. P. 29.
(**) Para Aristóteles, a ciência é conhecimento das causas. Para Hobbes, dos efeitos. Mas Deleuze relembra que “efeito” tem ainda um sentido diferente, para além da causalidade. Conferir: DELEUZE, Gilles. Spinoza: Philosophie pratique. Paris: Minuit, 2003 [1981]. P. 18.
Nenhum comentário:
Postar um comentário