A prudência inconsciente do desejo

Nosso desejo: somos nós. E possuímos, como desejo, uma sabedoria, ou melhor, uma prudência própria, que funciona, independentemente de nossas razão e consciência. Por exemplo:
Acreditamos que, conforme nosso desejo, mudaremos as coisas a nossa volta, acreditamos porque, além disso, não enxergamos nenhuma solução favorável. Não pensamos na que se verifica mais frequentemente, e que também é favorável: não conseguimos mudar as coisas conforme o nosso desejo, mas, pouco a pouco, é nosso desejo que muda.
PROUST, Marcel. Albertine disparue. Col. Folio Classique. Paris: Gallimard, 2009 [1923]. P. 35.

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