Tudo é questão de método VIII

Aristóteles: “sem nos colocar, antes de tudo, o problema, é como se caminhássemos sem saber aonde vamos”*. Além disso, a posição do problema envolve em si a forma da solução; afinal, diz Aristóteles, só o problema nos permite reconhecer, encontrar, descobrir algo como solução. O problema vem antes da solução. E se há solução, a sua forma ou condição de possibilidade vem junto com o problema.

Daí, a importância da problematização quando estamos no embaraço – acorrentados, sem poder avançar (conferir o amor de Foucault pela problematização). Fazer do embaraço um verdadeiro problema é, com certeza, o início da ação, a compressão, o aperto da mola da pulsão movente.

Mas será esse o único método do conhecer e do agir? Buscar e caminhar para onde já se sabe, de antemão, querer chegar? O caminho com a forma da finalidade pré-estabelecida?

O andar sem problemas do flâneur. Ir e dirigir-se ao azar dos encontros. Não se dão, com isso, também, soluções? Não se encontra, apenas nisso, o inesperado?









(*) ARISTÓTELES, –. Métaphysique. Tome 1. Livres A-Z. Trad. J. Tricot. Paris: J. Vrin, 2000 [1933]. B (III), 1, 995a32. P. 70.

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